quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Como ontem.


Eu era apenas um estudante mal encaixado que preferia riscar as mesas da escola a conversar sobre as futilidades da vida. Engolia em mim mesmo as palavras por falta de ouvidos que me compreendessem. Desesperado em traduzir-me, encontrei a poesia, a mais pura forma de manifestação daquilo que se é. E assim, como um grito para mim mesmo, em dezenove de setembro de 2010, tive o meu primeiro filho: Palavras de Mesa. Um convite secreto para aqueles que quisessem saborear o que há de poesia pelo mundo. Fiz o meu próprio restaurante verbal, elaborei minhas próprias receitas linguísticas e tracei no cardápio as palavras que me cozinhavam. Como todo filho, os primeiros passos foram confusos e sem prumo. Mas aos poucos pude aperfeiçoar minha técnica e ampliar meu sensitivo às coisas que me rodeavam. Após exatos três anos, o Palavras de Mesa hoje está maduro e reflete também muito da minha 'amadurescência'. Se viver é deixar rastros, crescer é deixar mudas, e os textos que estão aqui refletem o meu crescimento. Agradeço muito ao blog pelos bons momentos que vivemos juntos, mesmo ele sendo fruto da minha inquietação, mas é como se houvesse uma parceria, um compromisso de reafirmar dia após dia aquilo que sou. Hoje, as receitas estão cada vez mais rareando, fruto da minha correria diária, do meu investimento de tempo no meu outro filho 'rivaldo junior da silva' e também devido o meu desleixo. Pode ser que não venha mais publicar algo aqui. Mas também pode ser que volte pra matar a saudade. Todavia, a mesa estará sempre posta, a casa estará sempre aberta, e a poesia será sempre o alimento que nos nutre.
Abraço e feliz aniversário, Palavras de Mesa.

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