segunda-feira, 1 de julho de 2013

geralmente, da pior forma possível




eu quis fazer um poema
que retratasse a insônia perdida,
e a esperança enforcada.
o medo feliz e a realidade dura.
pra evitar novas decepções.

eu quis fazer um poema
que mostrasse um mundo novo,
pessoas acordando,
dando abraços e risadas.
e fogos de artifício
pra enganar a realidade.

eu quis fazer um poema
que não fizesse referências
ao que eu sou
em carne, osso e tristeza.
para não sofrer ainda mais,
tão moço eu sou.

mas o poema que me veio, senhores,
da janela do meu quarto,
foi um circo de lona alaranjada,
secando frio depois da chuva.
decepcionado,
real,
eu.

Rivaldo Júnior

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