segunda-feira, 1 de julho de 2013

Canteiros (Fagner)





Quando penso em você,
Fecho os olhos de saudade.
Tenho tido muita coisa,
Menos a felicidade.
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento.
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento.


Pode ser até manhã,
Sendo claro, feito o dia,
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria.


Eu só queria ter do mato um gosto de framboesa,
Pra correr entre os canteiros e esconder minha tristeza.


E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte
- Ou coisa parecida -
E nos arrasta, moço,
Sem ter visto a vida.


É pau, é pedra, é o fim do caminho.
É um resto de toco, é um pouco sozinho.
É um caco de vidro, é a vida, é o sol.
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.


São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração.

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