segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

coisas que são da vida e apenas são




sou culpado do meu próprio assassinato.
sou gás carbônico da minha própria fotossíntese.
tal como o fogo respira o ar,
e o ar dissipa a chama,
sou tragado por minha própria covardia
e baforado em fumaça cinza-doce
a altura dos olhos
meus.

não assisto o mesmo erro duas vezes
 
não perdoo a minha face frente a frente. 
não espero, 
pois esperar me corrói 
as faces da 
velha assombração 
que me embriaga. 
deixo-me voar e ser conduzido 
pelo amargo gosto 
do uísque barato perdido 
na estante 
da sala de estar. 
e vou crendo nisso tudo que dizem que sou 
fazer o quê? 
é da vida acreditar e 
ser o que dizem... 
por medo. 
sou isso tudo mesmo. 
fotossíntese, erro, voar...
é da vida.


Rivaldo Júni
or

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