segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Primeiro manifesto contra o existencialismo, ou qualquer coisa do gênero.


Não há realidade. 
A busca mais incerta do ser é ao encontro do que é certo. 
E o que é certo? 
Não há certeza. 
Não há há. 
Não há. 

Porquê? 
Não sei... porque não há. 
E só isto já se basta. 

As linhas retas do trilho não invadem minha casa. 
As montanhas não são feitas de promessas. 
E o meu peito não bate. 
Não bate. 
Não bate. 
O cachimbo ainda continua aceso. 
Há ou não há cachimbo? 
Não há cachimbo. 

Isto não é um cachimbo.

E não teime em teimar que é porque não é. 
Cantemos a não existência da existência. 
Meros pedaços tornam a me dizer coisas indizíveis.
Mostrarei o quão suave é a brisa que corre no campo. 
Não tem cor. Não tem aroma. Não há. 
Mas se revela de sua própria existência inexistente. 

Como não há?
Não tenho tempo para explicar-lhe.
Mas não basta. Não há explicação.
Se olhe no espelho de vez em quando, ora!
Por que me persegues?

Ontem cedo cortei o cabelo. 
e o sol brilhava tímido.

Se ele há? Talvez.
eu não.
Rivaldo Júnior

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