Ói, ói o trem,
Vem surgindo de trás das montanhas azuis,
Olha o trem!
Ói, ói o trem,
Vem trazendo de longe as cinzas do velho éon...
Ói, já é vem,
Fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem.
Ói, é o trem,
Não precisa passagem,
Nem mesmo bagagem no trem!
Quem vai chorar, quem vai sorrir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?
Pois o trem está chegando,
Tá chegando na estação...
É o trem das sete horas,
É o último do sertão,
Do sertão...
Ói, olhe o céu,
Já não é o mesmo céu que você conheceu,
Não é mais!
Vê, ói que céu,
É um céu carregado e rajado, suspenso no ar.
Vê, é o sinal,
É o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões;
Ói, lá vem Deus,
Deslizando no céu entre brumas de mil megatons...
Ói, olhe o mal,
Vem de braços e abraços com o bem,
Num romance astral!
Amém.
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