segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Trem das 7 (Raul Seixas)



Ói, ói o trem, 
Vem surgindo de trás das montanhas azuis, 
Olha o trem!
Ói, ói o trem, 
Vem trazendo de longe as cinzas do velho éon...
Ói, já é vem, 
Fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem.
Ói, é o trem, 
Não precisa passagem,
Nem mesmo bagagem no trem!

Quem vai chorar, quem vai sorrir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?
 
Pois o trem está chegando, 
Tá chegando na estação...
É o trem das sete horas, 
É o último do sertão, 
Do sertão...

Ói, olhe o céu, 
Já não é o mesmo céu que você conheceu, 
Não é mais!
Vê, ói que céu, 
É um céu carregado e rajado, suspenso no ar.
Vê, é o sinal, 
É o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões;
Ói, lá vem Deus, 
Deslizando no céu entre brumas de mil megatons...
Ói, olhe o mal, 
Vem de braços e abraços com o bem,
Num romance astral!

Amém.

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