segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Café amargo... Até parece perfume!



E agora,
Posso ao menos saber o cheiro
Do perfume que te levou...
Não adianta mentir, há perfume.
O tempo foi dado.
Teu perfume já saiu do meu quarto,
E foi pra lá...
Como é lá?
Lá é bom?
Por que fostes mesmo?

O café já esfriou...
A mão vai largando levemente a maçaneta.
Livremente.
A porta se fecha atrás de mim.
Enxugo o rosto molhado,
Três passarinhos atravessam a minha janela.
Três não, dois
E um solitário abandona o grupo.
E some no poente.
Vai beber seu café amargo e frio.

Chega! Chegou.
Meu sorriso te encontra
Mas este é apenas um.
"Sente-se um pouco, quer um café?"
Foi o café. Estava amargo.
Estava diferente. Não sorria.
Teu sorriso, não havia.
Teu sonho, acabou.
Teu amor, foi afogado num gole demorado.
Que levou consigo toda a minha esperança...
Para o deguste íntimo das últimas papilas.
Um gosto diferente, mais amargo.
Café, talvez. Mais amargo. 
Perfume.
Devolvido ao mundo.
Pigarreado em soluços de sozinho.
Só.
Somente.
Rivaldo Júnior

Um comentário:

  1. "Se foi e levou consigo o sabor doce do café"
    Lindo.. adoro esse seu jeito de brincar com as palavras... rs
    Bjos

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