quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A evolução do ser Terra


Sou um homem dissolvido na natureza. Estou florescendo em todos os ipês.” 
(Carlos Drummond de Andrade) 
          Somos incontáveis seres vivos habitantes de uma mesma nave. Perdida no espaço, a Terra representa o maior complexo biótico conhecido. Enquanto isso, nós, seres humanos, representamos a classe mais alta na escala evolutiva. Porém, esse desenvolvimento, como nunca na história da humanidade, está afetando o ciclo contínuo de perpetuação do planeta. É preciso mudanças rápidas e definitivas para garantir a nossa amistosa relação com o mundo em que vivemos.
          Desde infância nos sentimos ligados a um sentimento de universal de cidadão do mundo. Com as novas tecnologias podemos dizer que hoje participamos, de fato, de uma aldeia global. Um grupo constituído não só de seres humanos, mas de todos os organismos vivos, inclusive, o próprio planeta; formando a mais forte relação extraespecífica do universo. Segundo Moacir Gadotti, o âmago de nossas vidas consiste no sentido de identidade com o nosso planeta. Todavia, a forma de desenvolvimento neoliberal-capitalista, formada à base do consumismo desenfreado, acarreta ao planeta uma verdadeira crise produtivo-ambiental.
          Conforme diz a Carta da Terra, documentado apresentado nas Organizações das Nações Unidas no início desse século, a ordem desses novos tempos deve ser relacionar o desenvolvimento humano e econômico à preservação das riquezas naturais, ou seja, desenvolvimento sustentável. Entretanto, a revolução sustentável proposta não se restringe apenas ao campo biológico, mas engloba todos os ramos da sociedade, difundindo-se, inclusive, nas áreas sociais e econômicas, visando o completo progresso humano. Assim, a globalização competitiva tanto quanto a visão capitalista antiecológica são verdadeiras armadilhas no processo biossustentável, já que estão formadas a partir da exploração do homem e do meio. Por sua vez, um capitalismo voltado ao cooperativismo e à evolução do homem, ser e espécie, é a base para as revoluções sustentáveis de todos os níveis da sociedade.
          Esse momento, único e indispensável, foi sonho de muitas gerações e deve ser nossa herança para o futuro. É preciso sonhar, mas com a condição de crer e realizar, escrupulosamente, a nossa fantasia. A teia da vida deverá ser tecida ao longo da história das populações, de modo que se consiga a paz e a harmonia homem-planeta. Lutar por nossos ideais e levar a causa sociossustentável é dever de todo filho de Gaia, a Mãe-Terra. Nosso futuro é o mundo. Nosso endereço é o planeta. Nossa história, nossos sonhos são a Terra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário