E, de um dia pro outro, como se fosse mágica, distâncias encurtam, dilemas se resolvem, destinos se reescrevem. Desejos e realidade ficam de mãos dadas. Como mudar ou se mudar? Como se realizar? Como vencer? Como crescer? Como explicar que o impossível se tornou possível de ontem pra hoje? Surpreender. Se desprender. Ser o que se é. E ir além. Para onde quiser. Planeje. Calcule. Faça e refaça as contas. Faça de conta. Conte até dez. Até onze. Até dois mil e onze. Não desista. Resista. Insista. Persista. Lute até o final. Até o final feliz. Já começou uma nova década. Uma nova dezena de anos. Duas mãos abertas. E você está esperando o quê? Comece. Ou recomece. Erre. Erre. Erre. Erre até acertar. Acerte. Estude. Leia mais. Escreva mais. Desenhe mais. Invente. Se reinvente. Tente o que nunca tentou. Tente o que sempre tentou mas nunca conseguiu. Siga em frente. Seja diferente e ainda seja você mesmo. Recicle e se recicle. Se @tualize. Se comunique. Com ou sem palavras. Com cem palavras. Ou com apenas 140 caracteres. Como ser moderno e tradicional? Coisas que o tempo não leva. Coisas que só o tempo traz. A boa e velha experiência. E novas experiências. Faça o que você nunca imaginou. E faça aquilo que só você sabe fazer. Corra atrás. Corra na frente. Não espere. Espera não é esperança. No jogo de palavras da vida esperança é a primeira. E a última a morrer. Só que ela não morre. Ela renasce quando nós renascemos. Renasça. Faça de sua vida um livro que seus filhos possam ler e ter orgulho do autor. Feliz 2011!
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
O Sinal Ficou Verde
Eu
Entrei com armas em teu território
Plantei antenas no teu coração
Andei pesado na tua sala
Tal como árvore ou como torre
E abrindo a boca ela devorou
E abrindo os braços fez a dor passar
Primeiro os pássaros
Primeiro a roda
E o pensamento de querer voar
Mas
Deixando marcas
Fazendo som
Aqui se planta pra colher depois
E os mercadores vão pagar pra ver
E aquela onda vai querer passar
É quando mudar a cor da nossa casa
É quando voam os automóveis
Pra outro canto
Um ponto novo
Com tudo aquilo que se refaz
Além do bem
Além do mal
Olhai o sinal ficou verde
Plantei antenas no teu coração
Andei pesado na tua sala
Tal como árvore ou como torre
E abrindo a boca ela devorou
E abrindo os braços fez a dor passar
Primeiro os pássaros
Primeiro a roda
E o pensamento de querer voar
Mas
Deixando marcas
Fazendo som
Aqui se planta pra colher depois
E os mercadores vão pagar pra ver
E aquela onda vai querer passar
É quando mudar a cor da nossa casa
É quando voam os automóveis
Pra outro canto
Um ponto novo
Com tudo aquilo que se refaz
Além do bem
Além do mal
Olhai o sinal ficou verde
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Poema tirado de um trabalho da 3ª Série
Na Terra,
Antigamente existia muitos dinossauros.
Eles eram grandes e fortes e bravos.
Eles eram grandes e fortes e bravos.
Muitos eram carnívoros, e comiam carne.
Uns eram herbívoros.
Eles dominavam a Terra e tudo que nela existia.
Por que eram grandes e fortes e bravos.
Um dia veio um meteoro,
e matou todos eles.
Rivaldo Júnior
Rivaldo Júnior
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Quincas Borba, Capítulo VI (Machado de Assis)
Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais feitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
- Mas a opinião do exterminado?
- Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.
Autopsicografia (Fernando Pessoa)
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
A evolução do ser Terra
“Sou um homem dissolvido na natureza. Estou florescendo em todos os ipês.”
(Carlos Drummond de Andrade)
(Carlos Drummond de Andrade)
Somos incontáveis seres vivos habitantes de uma mesma nave. Perdida no espaço, a Terra representa o maior complexo biótico conhecido. Enquanto isso, nós, seres humanos, representamos a classe mais alta na escala evolutiva. Porém, esse desenvolvimento, como nunca na história da humanidade, está afetando o ciclo contínuo de perpetuação do planeta. É preciso mudanças rápidas e definitivas para garantir a nossa amistosa relação com o mundo em que vivemos.
Desde infância nos sentimos ligados a um sentimento de universal de cidadão do mundo. Com as novas tecnologias podemos dizer que hoje participamos, de fato, de uma aldeia global. Um grupo constituído não só de seres humanos, mas de todos os organismos vivos, inclusive, o próprio planeta; formando a mais forte relação extraespecífica do universo. Segundo Moacir Gadotti, o âmago de nossas vidas consiste no sentido de identidade com o nosso planeta. Todavia, a forma de desenvolvimento neoliberal-capitalista, formada à base do consumismo desenfreado, acarreta ao planeta uma verdadeira crise produtivo-ambiental.
Conforme diz a Carta da Terra, documentado apresentado nas Organizações das Nações Unidas no início desse século, a ordem desses novos tempos deve ser relacionar o desenvolvimento humano e econômico à preservação das riquezas naturais, ou seja, desenvolvimento sustentável. Entretanto, a revolução sustentável proposta não se restringe apenas ao campo biológico, mas engloba todos os ramos da sociedade, difundindo-se, inclusive, nas áreas sociais e econômicas, visando o completo progresso humano. Assim, a globalização competitiva tanto quanto a visão capitalista antiecológica são verdadeiras armadilhas no processo biossustentável, já que estão formadas a partir da exploração do homem e do meio. Por sua vez, um capitalismo voltado ao cooperativismo e à evolução do homem, ser e espécie, é a base para as revoluções sustentáveis de todos os níveis da sociedade.
Esse momento, único e indispensável, foi sonho de muitas gerações e deve ser nossa herança para o futuro. É preciso sonhar, mas com a condição de crer e realizar, escrupulosamente, a nossa fantasia. A teia da vida deverá ser tecida ao longo da história das populações, de modo que se consiga a paz e a harmonia homem-planeta. Lutar por nossos ideais e levar a causa sociossustentável é dever de todo filho de Gaia, a Mãe-Terra. Nosso futuro é o mundo. Nosso endereço é o planeta. Nossa história, nossos sonhos são a Terra.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Testamento de um 3º
Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve...
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
O Cordel Estradeiro (Cordel Do Fogo Encantado)
A bença Manoel Chudu
O meu cordel estradeiro
Vem lhe pedir permissão
Pra se tornar verdadeiro
Vem lhe pedir permissão
Pra se tornar verdadeiro
Pra se tornar mensageiro
Da força do teu trovão
E as asas da tanajura
Fazer voar o sertão
Da força do teu trovão
E as asas da tanajura
Fazer voar o sertão
Meu moxotó coroado
De xiquexique facheiro
Onde a cascavel cochila
Na boca do cangaceiro
De xiquexique facheiro
Onde a cascavel cochila
Na boca do cangaceiro
Eu também sou cangaceiro
E o meu cordel estradeiro
É cascavel poderosa
E o meu cordel estradeiro
É cascavel poderosa
É chuva que cai maneira
Aguando a terra quente
Erguendo um véu de poeira
Deixando a tarde cheirosa
Aguando a terra quente
Erguendo um véu de poeira
Deixando a tarde cheirosa
É planta que cobre o chão
Na primeira trovoada
A noite que desce fria
Depois da tarde molhada
Na primeira trovoada
A noite que desce fria
Depois da tarde molhada
É seca desesperada
Rasgando o bucho do chão
Rasgando o bucho do chão
É inverno e é verão
É canção de lavadeira
Peixeira de Lampião
Peixeira de Lampião
As luzes do vaga-lume
Alpendre de casarão
A cuia do velho cego
Terreiro de amarração
O ramo da rezadeira
O banzo de fim de feira
Janela de caminhão
Alpendre de casarão
A cuia do velho cego
Terreiro de amarração
O ramo da rezadeira
O banzo de fim de feira
Janela de caminhão
Vocês que estão no palácio
Venham ouvir meu pobre pinho
Não tem o cheiro do vinho
Das uvas frescas do Lácio
Mas tem a cor de Inácio
Da serra da Catingueira
Um cantador de primeira
Que nunca foi numa escola
Venham ouvir meu pobre pinho
Não tem o cheiro do vinho
Das uvas frescas do Lácio
Mas tem a cor de Inácio
Da serra da Catingueira
Um cantador de primeira
Que nunca foi numa escola
Pois meu verso é feito a foice
Do cassaco cortar cana
Sendo de cima pra baixo
Tanto corta como espana
Sendo de baixo pra cima
Voa do cabo e se dana.
Do cassaco cortar cana
Sendo de cima pra baixo
Tanto corta como espana
Sendo de baixo pra cima
Voa do cabo e se dana.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
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