terça-feira, 30 de outubro de 2012

Dona da Minha Cabeça (Geraldo Azevedo)







Dona da minha cabeça ela vem como um carnaval,
E toda paixão recomeça, ela é bonita, é demais.
Não há um porto seguro, futuro também não há,
Mas faz tanta diferença quando ela dança, dança.

Eu digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, bonita

Dona da minha cabeça quero tanto lhe ver chegar
Quero saciar minha sede milhões de vezes, milhões de vezes!
Na força dessa beleza é que eu sinto firmeza e paz
Por isso nunca desapareça...
Nunca me esqueça, eu não te esqueço jamais.

Eu digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, bonita

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

são poucos os que realmente entendem



















há quinta à noite.
há dúvida.
há chico buarque.

há um corpo estirado verticalmente.
as ilusões desse mundo, ceifaram bons contadores de histórias.
e as cordas falam a língua 
dos que nunca souberam ser.

Rivaldo Júnior

Poema guardado dentro de um álbum de fotografias antigo








vou fazer um anúncio
numa página de jornal
pra tentar encontrar

velhos amigos desaparecidos
velhas promessas esquecidas
e memórias tão antigas
que não sei bem onde
em qual gaveta guardei.

esse anúncio não tem texto
não tem espaço
não tem esperança

passa lá no laço desatado,
o passo dado ao lado do passado 

e nada do que foi será.

Rivaldo Júnior


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

pode passar a máquina 2, senhor.







já não vale a insensatez da condição plena
que transborda no vácuo de sentir-me um homem.
as palavras ditas,
mal ou/e bem,
e as pessoas que passam pela rua.

eliminemos os adjetivos que só dão preguiça ao leitor.

já batia dezesseis horas
quando a tesoura

meu reflexo desfigurado
e a angústia
e o pesadelo
e as moscas quentes

no alto daquela gaiola
bem alimentado
bem cuidado
bem amado
um pássaro invisível canta no meu peito
porque nada pode ser tudo que a gente tem.

Rivaldo Júnior