quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


E, de um dia pro outro, como se fosse mágica, distâncias encurtam, dilemas se resolvem, destinos se reescrevem. Desejos e realidade ficam de mãos dadas. Como mudar ou se mudar? Como se realizar? Como vencer? Como crescer? Como explicar que o impossível se tornou possível de ontem pra hoje? Surpreender. Se desprender. Ser o que se é. E ir além. Para onde quiser. Planeje. Calcule. Faça e refaça as contas. Faça de conta. Conte até dez. Até onze. Até dois mil e onze. Não desista. Resista. Insista. Persista. Lute até o final. Até o final feliz. Já começou uma nova década. Uma nova dezena de anos. Duas mãos abertas. E você está esperando o quê? Comece. Ou recomece. Erre. Erre. Erre. Erre até acertar. Acerte. Estude. Leia mais. Escreva mais. Desenhe mais. Invente. Se reinvente. Tente o que nunca tentou. Tente o que sempre tentou mas nunca conseguiu. Siga em frente. Seja diferente e ainda seja você mesmo. Recicle e se recicle. Se @tualize. Se comunique. Com ou sem palavras. Com cem palavras. Ou com apenas 140 caracteres. Como ser moderno e tradicional? Coisas que o tempo não leva. Coisas que só o tempo traz. A boa e velha experiência. E novas experiências. Faça o que você nunca imaginou. E faça aquilo que só você sabe fazer. Corra atrás. Corra na frente. Não espere. Espera não é esperança. No jogo de palavras da vida esperança é a primeira. E a última a morrer.  Só que ela não morre. Ela renasce quando nós renascemos. Renasça. Faça de sua vida um livro que seus filhos possam ler e ter orgulho do autor. Feliz 2011!

sábado, 25 de dezembro de 2010

O Sinal Ficou Verde

Eu
Entrei com armas em teu território
Plantei antenas no teu coração
Andei pesado na tua sala
Tal como árvore ou como torre
E abrindo a boca ela devorou
E abrindo os braços fez a dor passar
Primeiro os pássaros
Primeiro a roda
E o pensamento de querer voar

Mas
Deixando marcas
Fazendo som
Aqui se planta pra colher depois
E os mercadores vão pagar pra ver
E aquela onda vai querer passar
É quando mudar a cor da nossa casa
É quando voam os automóveis
Pra outro canto
Um ponto novo
Com tudo aquilo que se refaz

Além do bem
Além do mal
Olhai o sinal ficou verde

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Poema tirado de um trabalho da 3ª Série

Na Terra,
Antigamente existia muitos dinossauros.
Eles eram grandes e fortes e bravos.
Muitos eram carnívoros, e comiam carne.
Uns eram herbívoros.
Eles dominavam a Terra e tudo que nela existia.
Por que eram grandes e fortes e bravos.

Um dia veio um meteoro,
                          e matou todos eles.

Rivaldo Júnior 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Quincas Borba, Capítulo VI (Machado de Assis)

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos que assim adquire forças para transpor a montanha e  ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais feitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. 
- Mas a opinião do exterminado?
- Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.

Autopsicografia (Fernando Pessoa)

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
 
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
 
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A evolução do ser Terra


Sou um homem dissolvido na natureza. Estou florescendo em todos os ipês.” 
(Carlos Drummond de Andrade) 
          Somos incontáveis seres vivos habitantes de uma mesma nave. Perdida no espaço, a Terra representa o maior complexo biótico conhecido. Enquanto isso, nós, seres humanos, representamos a classe mais alta na escala evolutiva. Porém, esse desenvolvimento, como nunca na história da humanidade, está afetando o ciclo contínuo de perpetuação do planeta. É preciso mudanças rápidas e definitivas para garantir a nossa amistosa relação com o mundo em que vivemos.
          Desde infância nos sentimos ligados a um sentimento de universal de cidadão do mundo. Com as novas tecnologias podemos dizer que hoje participamos, de fato, de uma aldeia global. Um grupo constituído não só de seres humanos, mas de todos os organismos vivos, inclusive, o próprio planeta; formando a mais forte relação extraespecífica do universo. Segundo Moacir Gadotti, o âmago de nossas vidas consiste no sentido de identidade com o nosso planeta. Todavia, a forma de desenvolvimento neoliberal-capitalista, formada à base do consumismo desenfreado, acarreta ao planeta uma verdadeira crise produtivo-ambiental.
          Conforme diz a Carta da Terra, documentado apresentado nas Organizações das Nações Unidas no início desse século, a ordem desses novos tempos deve ser relacionar o desenvolvimento humano e econômico à preservação das riquezas naturais, ou seja, desenvolvimento sustentável. Entretanto, a revolução sustentável proposta não se restringe apenas ao campo biológico, mas engloba todos os ramos da sociedade, difundindo-se, inclusive, nas áreas sociais e econômicas, visando o completo progresso humano. Assim, a globalização competitiva tanto quanto a visão capitalista antiecológica são verdadeiras armadilhas no processo biossustentável, já que estão formadas a partir da exploração do homem e do meio. Por sua vez, um capitalismo voltado ao cooperativismo e à evolução do homem, ser e espécie, é a base para as revoluções sustentáveis de todos os níveis da sociedade.
          Esse momento, único e indispensável, foi sonho de muitas gerações e deve ser nossa herança para o futuro. É preciso sonhar, mas com a condição de crer e realizar, escrupulosamente, a nossa fantasia. A teia da vida deverá ser tecida ao longo da história das populações, de modo que se consiga a paz e a harmonia homem-planeta. Lutar por nossos ideais e levar a causa sociossustentável é dever de todo filho de Gaia, a Mãe-Terra. Nosso futuro é o mundo. Nosso endereço é o planeta. Nossa história, nossos sonhos são a Terra.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Testamento de um 3º

         É, eis que chega o fim. Acabou. Cada um de nós, agora, somos donos dos nossos narizes. Cada um de nós, de agora em diante, somos responsáveis por nossas escolhas e nossos atos. O ensaio terminou, a vida nos espera. Agora é o momento de mostrar-nos quem somos e o que realmente queremos para a nossa vida. Por isso, não, não é o fim. Não é o término, mas sim, o início de um novo momento, de uma nova etapa. Um novo passo a ser dado. O ensino médio passou como uma chuva de verão, quente e suave. Este ano então, podemos dizer, sem medo do futuro, que foi o melhor ano de nossas vidas. Também só podia ter sido. Vivemos com pessoas que fizeram parte e sempre estarão conosco em nossa caminhada. Criamos laços. Vivemos momentos inesquecíveis, histórias que ficarão pra sempre em nossa memória. Festas, desde forrós no sítio até aniversário de um professor único. Criamos uma relação que nada, nem o tempo ou o espaço, poderá apagar. Vencemos. Chegamos ao topo de nossa vida escolar. E tudo isso de uma forma tão natural, tão simples, tão bela. Construímos neste ano, seja no calor humano de nossa turma ou no friozinho bom danado da sala de vídeo, histórias de uma história que rompe as barreiras da separação. Por que o eterno sempre dura. Dura pra sempre. E se lembra quando a gente chegou um dia acreditar que tudo era pra sempre sem saber que o pra sempre, sempre acaba.  Pois é, acaba. Mas não acaba assim, em meio lagrimas e soluços, não. Nossa turma não é disso; Nossa turma é de festa, de alegria, de revolução.  De fazer luto e abaixoassinado em favor de um ente que partiu desse turno para um, digamos, melhor. E é uma turma também de por medo em professor. Quantos de biologia ja nos ensinaram? Gente, por gentileza; depois de três outros, foi necessaria uma professora firme e forte para nos domar. E falando nesse povo que teima em querer por conhecimento em nossas cabeças, só temos a dizer: Obrigado. Obrigado Viviane por tantos Sentem e façam a tarefa, agora; que se tornam mais um simples detalhe na nossa relação. Obrigado Givanildo por tantos discursos eternos que ninguém sabe ao certo o que quer dizer... E a criança Hélder, valeu por abrir o nosso coração pra Jesus, e por deixar o nosso quadro intacto... Enquanto física, bem passamos essa parte, a amizade é a mesma. Das nossas professoras estrangeiras, Roberta, mais do que qualquer professor conhece essa turma, afinal foram 11 anos em nossa companhia, e Dyrce, só conhece Dyrce quem conhece Dyrce e seu Cerrem sus libros, ahora; Thank you y Gracias. Valeu mestre Adilson, por toda a sua convivência com essa galera. E Alex? Ah, ALEX. Um verdadeiro onívoro cultural, um amigo dos melhores de nossa turma, porque ser amigo é isso Alex, aguentar até a ultima gota de paciência e querer sempre o melhor do outro. Aqui, portanto 42 sinceros obrigados de amigos seus. E quer um conselho de amigo? Seja mais humilde, homem; alias sejamos todos mais humildes em reconhecer que o que somos depende muito de vocês. Voltando a esta turma, e que turma; tão heterogênea e igual. Especial. Em todos os prismas e sentidos. Das gargalhadas de Haline e as viajadas de Heron. Das brincadeiras de Clara, de seu vocabulário tao distinto. Que absurdo; Do caso mal resolvido de José Breno e Ricardo, que não se separam, e de mel, Meu mel. De um representante que vai com seu cabelo de Rodrigo Hilbert a David Beckham. E de uma pessoa que tanto fala na sala... né Carol? E também uma pessoa eu vive em dúvida, chora não Bia. E claro não podemos esquecer um motoboy de um cabelo que faz sucesso por onde passa. E se por acaso um problema lhe atingir, você pode contar com o maravilhoso chá de Maria, cura gripe, dor de cabeça, enjoo, deslocamento de joelho de Caíque e até mesmo desmaios de José Breno.  Contudo, pra quê o cha se nós temos uma enfermeira na sala? Do quarto pra piscina e da piscina pro quarto. E claro um colega nosso eu sempre esta presente: Jonh Nash. É, foram tantos momentos, tantas histórias. Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: "quem são essas pessoas?" Diremos que eram nossos amigos e isso vai doer tanto! Foram meus amigos. São meus amigos. E foi com eles que eu já fiz coisas incríveis. Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, já fiz amigos eternos, já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, já fui amado e não soube amar. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, mas "quebrei a cara" muitas vezes!Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só pra escutar uma voz, já me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e... Tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas sobrevivi! E ainda vivo
Não passo pela vida...  E você também não deveria passar. Viva!!!
Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve...                                 

 “E A VIDA É MUITO para ser insignificante”.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Cordel Estradeiro (Cordel Do Fogo Encantado)

A bença Manoel Chudu
O meu cordel estradeiro
Vem lhe pedir permissão
Pra se tornar verdadeiro
Pra se tornar mensageiro
Da força do teu trovão
E as asas da tanajura
Fazer voar o sertão

Meu moxotó coroado
De xiquexique facheiro
Onde a cascavel cochila
Na boca do cangaceiro
Eu também sou cangaceiro
E o meu cordel estradeiro
É cascavel poderosa
 
É chuva que cai maneira
Aguando a terra quente
Erguendo um véu de poeira
Deixando a tarde cheirosa
 
É planta que cobre o chão
Na primeira trovoada
A noite que desce fria
Depois da tarde molhada

É seca desesperada
Rasgando o bucho do chão

É inverno e é verão

É canção de lavadeira
Peixeira de Lampião
 
As luzes do vaga-lume
Alpendre de casarão
A cuia do velho cego
Terreiro de amarração
O ramo da rezadeira
O banzo de fim de feira
Janela de caminhão

Vocês que estão no palácio
Venham ouvir meu pobre pinho
Não tem o cheiro do vinho
Das uvas frescas do Lácio
Mas tem a cor de Inácio
Da serra da Catingueira
Um cantador de primeira
Que nunca foi numa escola
 
Pois meu verso é feito a foice
Do cassaco cortar cana
Sendo de cima pra baixo
Tanto corta como espana
Sendo de baixo pra cima
Voa do cabo e se dana.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um poema concreto

M  U   
P  NS  ME  T   
É   
M  IS    
R ´ PI  O  
QU   
AS  
  INH  S 
MA   S.